No Outubro Rosa, mulheres contam histórias de superação

Vencida a luta contra o câncer, Adriana lança este mês livro escrito durante tratamento. Foto: Felipe Rosa.
Vencida a luta contra o câncer, Adriana lança este mês livro escrito durante tratamento. Foto: Felipe Rosa.

 

A nutricionista Adriana Zadrozny, de 46 anos, amamentava seu bebê de onze meses quando, há cinco anos, recebeu o diagnóstico que mudaria sua vida: ela estava com câncer de mama. “Receber um diagnóstico de câncer é ter a vida tirada de foco. Naquele minuto, toda a vida que você tinha deixa de existir. Toda a vida que você teria também desaparece em um estalar de dedos”.

adriana_internaAdriana conta que mais doloroso do que enfrentar o tratamento, a perda do cabelo e a mastectomia, foi ter que lidar com o risco de deixar seus dois filhos, o bebê e um adolescente, desamparados. E esta preocupação com seus filhos, foi justamente o que a motivou a registar seus sentimentos em um diário, escritos que deram origem ao livro que ela lança este mês.

“Foi a eles que escrevi os textos que compõem o “Sobre Viver”. Gostaria que, independentemente do fim daquele processo, eles pudessem saber por mim o que era viver portando uma sentença de morte, e como eu havia lutado com todas as forças contra aquele inimigo”.

Felizmente, Adriana superou a doença e hoje atua para apoiar outras mulheres. Segundo ela, o câncer também mudou sua maneira de encarar a vida. “Não se pode ser a mesma pessoa depois de tudo isso. Aprendi muitas coisas. Do ponto de vista físico, entendi que a vaidade é algo muito fácil de nos desapegarmos. Tenho hoje inúmeras cicatrizes, que percebo no corpo físico, mas que não aparecem em minha alma. E, mesmo nas cicatrizes físicas, há beleza: a cicatriz do catéter ganhou uma bela tatuagem, de uma borboleta azul. As cicatrizes da mastectomia são recobertas por orquídeas, lindas. Gosto mais dessa Adriana de agora”.

Mais uma chance de viver

francineA gestora financeira Francine Regina Santos, 33, é outra mulher que conseguiu derrotar o câncer de mama. A confirmação de que estava curada foi recebida por ela no último dia 29, mesma data em que concedeu entrevista à Tribuna. Emocionada, ela revelou que travava uma batalha contra a doença há um ano e meio. “Quando fiz redução de estômago e emagreci, percebi que tinha um nódulo em minha mama, o que foi comprovado na mamografia”.

Francine relata que passou por várias cirurgias, já que o tumor foi retirado e voltou por três vezes. Além delas, foram mais de 35 sessões de quimioterapia e outras várias de radioterapia. Como se não bastasse, na época, seu sofrimento ainda foi agravado pelo fim de um relacionamento.

“Sofri demais, chorei, mas depois vi que tinha que cuidar de mim, eu era a prioridade”. Mas foi quando conheceu a Associação das Amigas da Mama (AAMA), em janeiro deste ano, que Francine conseguiu apoio e força para seguir em frente. “Na AAMA, fiz amizades, recebi carinho e atenção, aprendi a usar os lenços, raspei meu cabelo e comecei a participar de desfiles, como modelo”.

Curada, Francine só pensa em sua nova vida. “Pra uns, o câncer é a morte, pra mim, foi o renascimento. Hoje, dou valor para outras coisas. Foi como se Deus falasse: “vai, aproveita que você tem mais uma chance”.

Prevenção em 1º lugar

Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam o diagnóstico de 57 mil novos casos de câncer de mama em 2015. E, segundo o médico mastologista e oncologista do Hospital Erasto Gaertner Sérgio Hatschbach, é preciso estar atenta, para não ser surpreendida pelos primeiros sintomas do câncer. Não apenas no Outubro Rosa, como estamos lembrando este mês.

“Os fatores que contribuem com que os riscos sejam maiores são a carga genética, com histórico familiar (especialmente na família materna). Além deles, processos hormonais, uso prolongado de anticoncepcionais, menarca (primeira menstruação) precoce e menopausa após os 55 anos, obesidade, tabagismo, ausência de filhos após os 30 anos e de amamentação, também elevam a probabilidade do surgimento da doença”.

Para se proteger. ele recomenda que as mulheres façam a primeira mamografia aos 40 anos, ou aos 35, se existirem fatores de risco. Além disto, é necessário fazer o autoexame mensal, consultar um ginecologista anualmente e cuidar da saúde, evitando o fumo, o excesso de peso e o sedentarismo. “E, se a mulher perceber algum sintoma nas mamas, como um nódulo, dor, pele avermelhada, presença de secreção ou inversão nos mamilos, a orientação é procurar imediatamente seu ginecologista”.

Autoestima em alta de novo

Foi em uma conversa com uma das voluntárias da AAMA, que o diretor da Forum Model Management, Guilherme Schneider, decidiu criar um projeto que desse às mulheres com câncer de mama a oportunidade de desfilar em uma passarela. “O projeto tem como objetivo dar uma experiência de beleza a elas e, com isso, ajudá-las a superar a experiência do tratamento”. Para o desfile, elas contam com uma equipe de maquiadores e cabelereiros, além da consultoria de moda.

“Para as mulheres, é a experiência de uma enorme plateia aplaudindo, a redescoberta da sensualidade, do corpo, a autoestima se elevando novamente, os familiares apoiando, enfim, uma experiência única pra quem passou pelos desafios da doença. Modelos em geral são vistos como pessoas jovens e belas, então, era importante abrir esse leque e mostrar que a beleza e a força interior dessas mulheres é um grande exmplo para todos”, afirma.

Fonte: http://www.parana-online.com.br

Outubro Rosa

H I S T Ó R I A

Como surgiu:
O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro, posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama.

A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade (www.komen.org). 

Em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi nos Estados Unidos, começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas a prevenção do câncer de mama, denominando como Outubro Rosa. Todas ações eram e são até hoje direcionadas a conscientização da prevenção pelo diagnóstico precoce. Para sensibilizar a população inicialmente as cidades se enfeitavam com os laços rosas, principalmente nos locais públicos, depois surgiram outras ações como corridas, desfile de modas com sobreviventes (de câncer de mama), partidas de boliche e etc. (www.pink-october.org).

A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes, teatros e etc. surgiu posteriormente, e não há uma informação oficial, de como, quando e onde foi efetuada a primeira iluminação. O importante é que foi uma forma prática para que o Outubro Rosa tivesse uma expansão cada vez mais abrangente para a população e que, principalmente, pudesse ser replicada em qualquer lugar, bastando apenas adequar a iluminação já existente.

A popularidade do Outubro Rosa alcançou o mundo de forma bonita, elegante e feminina, motivando e unindo diversos povos em em torno de tão nobre causa. Isso faz que a iluminação em rosa assuma importante papel, pois tornou-se uma leitura visual, compreendida em qualquer lugar no mundo.


Obelisco do Ibirapuera
São Paulo-SP 02/10/2002

A primeira iniciativa vista no Brasil em relação ao Outubro Rosa, foi a iluminação em rosa do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo-SP. No dia 02 de outubro de 2002 quando foi comemorado os 70 Anos do Encerramento da Revolução, o monumento ficou iluminado de rosa “num período efêmero” como relembra o secretário da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC, o Coronel PM (reformado) Mário Fonseca Ventura.
Essa iniciativa foi de um grupo de mulheres simpatizantes com a causa do câncer de mama, que com o apoio de uma conceituada empresa européia de cosméticos iluminaram de rosa o Obelisco do Ibirapuera em alusão ao Outubro Rosa.


Fortaleza da Barra
Jornal A TRIBUNA

Santos-SP 12/maio/2008

Em maio de 2008, o Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama sediado em Santos-SP, em preparação para o Outubro Rosa, iluminou de rosa a Fortaleza da Barra em homenagem ao Dia das Mães e pelo Dia Estadual (São Paulo) de Prevenção ao Câncer de Mama comemorado todo terceiro domingo do mês de maio. Mas o principal objetivo era alertar para a causa do câncer de mama e incentivar as mulheres da região da Baixada Santista a participarem do mutirão de mamografias realizado pelo Governo do Estado de São Paulo. No estado de São Paulo todo ano são realizados 2(dois) mutirões de mamografia sendo, um em maio e o outro em novembro.

As várias reportagens de tv e jornal, com a repercussão da Fortaleza da Barra iluminada de rosa em maio de 2008, foram apresentadas no mesmo mês no “Course for the Cure” realizado pela ong americana Susan G. Komen, no Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo-SP.

Nota na primeira página do jornal A TRIBUNA – 12/maio/2008.
LUZ DE ALERTA – A Fortaleza da Barra ganhou ontem uma iluminação de cor rosa, colocada pelo Instituto Neo Mama. O objetivo foi chamar a atenção da sociedade para o Dia Estadual de Prevenção ao Câncer de Mama (no próximo domingo) e homenagear as mães.


Estatua do Cristo Redentor
Rio de Janeiro-RJ – Outubro/2008 

Em outubro de 2008, diversas entidades relacionadas ao câncer de mama iluminaram de rosa monumentos e prédios em suas respectivas cidades. Aos poucos o Brasil foi ficando iluminado em rosa em São Paulo-SP, Santos-SP, Rio de Janeiro-RJ, Porto Alegre-RS, Brasília-DF, Salvador-BA, Teresina-PI, Poços de Caldas-MG e outras cidades.O Brasil é mundialmente conhecido pelo seu maior símbolo, a estatua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro-RJ. E pela primeira vez, o Cristo Redentor ficou iluminado de rosa no Outubro Rosa.


Fortaleza da Barra
Santos-SP – Maio/2009

Em maio de 2009, o Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama, novamente iluminou de rosa a Fortaleza da Barra em homenagem ao Dia das Mães e pelo Dia Estadual (São Paulo) de Prevenção ao Câncer de Mama comemorado todo terceiro domingo do mês de maio. Mas o principal objetivo era alertar para a causa do câncer de mama e incentivar as mulheres da região da Baixada Santista a participarem do mutirão de mamografias realizado pelo Governo do Estado de São Paulo. 


Pinacoteca Benedicto Calixto
Santos-SP – Outtubro/2008

Em outubro de 2009, se multiplicam as ações relativas ao Outubro Rosa em todas as partes do Brasil. Novamente as entidades relacionadas ao câncer de mama e empresas se unem para expandir a campanha.

Com uma visão estratégica o Instituto Neo Mama vai iluminar 2 (dois) locais em Santos-SP, a Fortaleza da Barra e Pinacoteca Benedicto Calixto do dia 23/10/2009 até o dia 02/11/2009. Esse período é em função de ficar próximo do Mutirão de Mamografias que será realizado pelo Governo do Estado de São Paulo no dia 14/11/2009. Como os locais iluminados ficam em frente à praia, os mesmos poderão ser vistos pelos turistas dos navios de cruzeiros e os do feriado prolongado de Finados onde aumenta o número de turistas

Fonte: http://www.outubrorosa.org.br/