Leite materno ajuda a prevenir alergias e até obesidade

Você é mãe e está amamentando? Se seu leite sobra, aproveite também para doar
Leite humano é comprovadamente a maior fonte de nutrientes para o recém-nascido Thinkstock
Leite humano é comprovadamente a maior fonte de nutrientes para o recém-nascido Thinkstock

Bom dia! Você é mãe e está amamentando? Seu leite alimenta bem o seu bebê e ainda sobra? Então, aproveite para doar e ajudar o desenvolvimento de outras crianças. O ginecologista e especialista em medicina fetal do laboratório Lavosier Medicina Diagnóstica, Jurandir Passos, explica que o leite materno ajuda no crescimento, especialmente das crianças prematuras, “já que favorece o crescimento do bebê”. O leite humano é a maior fonte de nutrientes para o recém-nascido e colabora principalmente para a formação do sistema imunológico da criança.

De acordo com o especialista, as mães que produzem leite além da necessidade do seu bebê podem buscar um banco de leite, normalmente localizados nas maternidades, para doarem para outras crianças.

— Um litro de leite doado pode alimentar até dez recém-nascidos.

O médico afirma que o Brasil tem uma extensa cadeia de bancos de leite e, depois de doado, o alimento passa por um processo de pasteurização para garantir que esteja em perfeitas condições quando for destinado aos bebês prematuros que estão em centros de tratamento intensivo neonatal.

Os bancos de leite fazem um cadastramento das doadoras, acompanham o processo de aleitamento e dão orientações sobre a doação. Além disso, há um controle rígido da saúde da doadora para garantir também a preservação da saúde dos recém-nascidos que receberão o leite.

Veja 8 dicas sobre a doação e os benefícios do leite materno

  1. O leite humano pode evitar doenças como vários tipos de alergias, obesidade e intolerância ao glúten;
  2. Por ser facilmente digerido, provoca menos cólicas nos bebês;
  3. Para a doação, o mais recomendado é que a ordenha seja feita manualmente, evitando contaminações;
  4. O frasco com leite retirado deve ser esterilizado e armazenado no refrigerador ou freezer. O líquido pode ficar armazenado por até 15 dias;
  5. O leite humano contém uma molécula chamada PSTI, que é responsável pela proteção e reparação do intestino delicado dos recém-nascidos;
  6. Algumas substâncias presentes no leite humano também ajudam a combater o estresse e o cansaço do bebê;
  7. Para doar, a mulher não deve consumir bebidas alcoólicas, substâncias ilícitas, cigarros ou qualquer medicação que interfira na produção do leite;
  8. A coleta pode ocorrer tanto em bancos de leite quanto em domicílio, sendo recolhido na casa das doadoras pelo Corpo de Bombeiros.

Você esquece as coisas com frequência? Veja mitos e verdades sobre memória

Imagem reprodução: Google
Imagem reprodução: Google

 

Quem nunca esqueceu onde deixou as chaves ou estacionou o carro? O nome de um conhecido ou ainda de pagar aquela conta no dia certo? Com um dia a dia cada vez mais corrido e atarefado é muito comum esquecer alguma coisa pelo caminho. Mas, às vezes, esses esquecimentos frequentes podem ser sinal de um nível mais grave de estresse, ou então de depressão, e até mesmo de alguma doença neurológica.

A memória é o armazenamento de informações e fatos obtidos por meio de experiências vividas ou até mesmo ouvidas. Ela está intimamente ligada à aprendizagem e também ao emocional – por isso algumas memórias são mais marcantes do que outras.

Existem duas formas pelas quais o cérebro adquire e armazena informações: a memória de procedimento e a declarativa. A de procedimento, também chamada de memória implícita, armazena informações não verbalizadas, como habilidades motoras, sensitivas ou intelectuais, por meio da repetição de uma atividade que segue sempre o mesmo padrão. Esse é o caso, por exemplo, de andar de bicicleta ou nadar. Os dados armazenados nessa memória não dependem da consciência, por isso é possível executar essas tarefas pensando em outras coisas, como se estivesse no “piloto automático”.

Os sentidos estão intimamente ligados à memória. Isso porque é por meio deles que experimentamos os fatos e informações que ficarão armazenados na memória. Além disso, de acordo com um estudo do Instituto Nacional de Neurociências de Turim, na Itália, publicado em 2010 na revista “Science”, a mesma parte do cérebro que é responsável pela elaboração dos sentidos também atua no armazenamento da memória.

Assim, um cheiro, uma música ou uma imagem pode evocar as mais diversas lembranças. Um exemplo clássico é a obra-prima do escritor francês Marcel Proust, “Em Busca do Tempo Perdido”, em que o cheiro de madeleine, um tradicional doce francês, fez com que o autor relembrasse sua infância e, a partir daí, desenvolvesse a história.

Estresse e ansiedade

A memória é fortemente influenciada por fatores afetivos e psicológicos. Assim, os estados afetivos, o humor ou a emoção alteram o processamento das informações. Se estamos bem, podemos nos concentrar melhor – o que influencia na retenção da informação. Mas se estamos preocupados, distraídos, com várias coisas na cabeça, então será mais difícil receber e registrar as informações.

O estresse e a ansiedade são dois grandes inimigos da memória. O excesso de estresse não apenas dificulta a concentração e a atenção, como também interfere no próprio processo de aquisição e formação de novas memórias. A ansiedade também pode alterar este processo, principalmente por comprometimento da atenção.

Some-se a isso as cobranças intensas da vida moderna, associadas a longas jornadas de trabalho e sono de baixa qualidade, e o resultado é que fica muito mais difícil lembrar nomes de pessoas, o que devemos fazer em seguida e até mesmo onde deixamos as chaves ou o celular, por exemplo.

“Podemos dizer que o excesso de demanda da química necessária para manter o corpo e a mente ativados se ‘esgotam’ em algum momento”, alerta o psiquiatra Sergio Klepacz, do Hospital Samaritano de São Paulo. As consequências mais imediatas são falta de atenção, perda de concentração e dificuldade de memória.

Envelhecimento

O envelhecimento pode trazer um pequeno deficit de atenção, de concentração, de armazenamento de dados atuais. Mas isso não significa que todas as pessoas mais velhas tenham problemas de memória. O envelhecimento saudável, mantendo-se ativo, contribui muito para que a memória também se conserve saudável e ativa.

“A diminuição da memória na terceira idade é normal, principalmente a episódica, para fatos e informações recentes do dia a dia (lembrar-se de nomes de pessoas, lugares onde guardou seus pertences ou seu carro etc.), que acontecem apenas de vez em quando, não persistem e não interferem ou atrapalham as atividades cotidianas”, explica o neurologista Benito Damasceno, professor do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

Sinal de alerta

memoriaNo entanto, nem sempre os esquecimentos são apenas fruto do estresse, da distração ou da ansiedade. Quando os esquecimentos são muito frequentes, especialmente quando a pessoa passa a esquecer fatos e informações que costumava lembrar com facilidade, é bom ficar atento, pois pode ser um sinal de síndrome demencial.

As síndromes demenciais são a perda ou redução progressiva das capacidades cognitivas – ou seja, do processo que envolve atenção, percepção, raciocínio e linguagem, e especialmente a memória.

A demência mais comum é a doença de Alzheimer. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a doença afeta atualmente entre 24 e 37 milhões de pessoas no mundo todo. O alzheimer é uma doença neurodegenerativa, ou seja, que destrói os neurônios progressivamente. Essa degeneração começa no hipocampo, área que processa a memória, e com o tempo se espalha por outras regiões do cérebro.

“Esquecimentos persistentes de fatos recentes, recados, compromissos, dificuldades com planejamento de atividades, cálculos, controle das finanças, desorientação no tempo e no espaço, dificuldade de executar tarefas rotineiras e alterações de comportamento são os primeiros sinais da doença de Alzheimer”, explica o psiquiatra Cássio Bottino, professor do Instituto de Psiquiatria (IPq) da USP.

Caso esse quadro se repita com frequência, é importante buscar ajuda especializada. Afinal, um diagnóstico precoce muitas vezes pode fazer toda a diferença no sucesso do tratamento.

Porém, existem também outras doenças que podem afetar a memória. “Os ‘derrames’ ou isquemias, diabetes, abuso de álcool e outras drogas, deficit de vitaminas (hipovitaminose b12), doenças da tireoide (hipotiroidismo), infecções do cérebro, doenças do fígado e rim, e mesmo excesso de medicamentos que a pessoa usa (anti-hipertensivos, antibióticos, anticolinérgicos etc.) podem afetar a memória”, aponta Damasceno.

Ativando a memória

Para ativar a memória é preciso mantê-la ativa. Ou seja: quanto mais você exercita a memória, mais ela fica “afiada”. Ler é um dos melhores exercícios, mas não é o único. Outras atividades que estimulem o cérebro a pensar também contribuem para estimular a memória como xadrez, jogos de cartas, dama, palavras cruzadas, caça-palavras, videogames e quebra-cabeça, entre outros.

Conversar e expressar opiniões também é importante: durante a atividade argumentativa, o cérebro é requisitado para opinar e replicar, e essa argumentação colabora para a memorização. Por isso a socialização tem um importante papel na memória. “É fundamental a sociabilização para a memória, a saúde e o bem-estar do ser humano”, afirma o neurologista Custódio Michailowsky Ribeiro, do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho.

Manter o corpo saudável também contribui muito para a saúde da memória. Ter uma alimentação balanceada, praticar exercícios regularmente, evitar o estresse e procurar ter uma boa qualidade de sono são fundamentais. “Ter paciência, bom humor, organização, saber distribuir o seu tempo diário com trabalho, descanso e lazer. Bons hábitos e uma boa noite de sono com muitos sonhos também ajudam, pois, neste período, o cérebro faz sua limpeza das impurezas produzidas pela atividade neuronal realizada durante o dia”, recomenda Ribeiro.

Alimentos funcionais não são remédios; aprenda sobre eles

O tomate é uma fruta rica em licopeno, pigmento que, segundo estudos, ajuda a prevenir o câncer
O tomate é uma fruta rica em licopeno, pigmento que, segundo estudos, ajuda a prevenir o câncer

 

Ômega-3, flavonoides, licopenos. Provavelmente você já ouviu falar bastante em alguns desses nomes, hoje estampados em embalagens de margarina, leite, sucos de uva, porções de castanhas, salmão congelado, azeites e uma infinidade de outros produtos.  Eles se referem a substâncias encontradas naturalmente em alimentos que, comprovadamente, ajudam a prevenir e a combater uma série de doenças crônicas degenerativas.

Ou seja, mais do que cumprir com suas funções nutricionais básicas e fornecer energia para o organismo, esses alimentos contribuem para melhorar a saúde das pessoas. Um exemplo é o tomate, fruto rico em licopeno, um pigmento que, segundo estudos, ajuda a prevenir o câncer de próstata. Quanto mais vermelho ele for, maior será a concentração da substância, explica a nutricionista Ana Paula Geraldo, responsável técnica pelo Laboratório de Técnica Dietética da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

O fruto é um dos muitos alimentos funcionais, classificação que abrange uma série de legumes, frutas, peixes e cereais, entre outros itens. Mesmo que você não saiba, a sua dieta provavelmente é rica nesses ingredientes, o que é uma ótima notícia. Mesmo não gostando de um alimento especificamente, você pode extrair de outras fontes os mesmos benefícios.

É o caso dos flavonoides, compostos com propriedades anticancerígenas que podem ser encontrados na maçã, cebola, alho, brócolis, chá verde, vinho tinto, casca da uva, frutas cítricas, cacau, cereja, morango, amora, soja e outros alimentos.

 

Embora a ação dessas e de outras substâncias seja largamente reconhecida pela comunidade médica, isso não quer dizer que elas funcionem como remédios. “Para exercer seus efeitos, a ingestão dos alimentos funcionais deve fazer parte uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes e cereais integrais”, fala Geraldo.

Também não adianta ingeri-las em excesso para obter uma ação mais intensa, como assegura a nutricionista Paula Canavó,  do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo (SP). Além de não trazer benefícios, o exagero pode ser até contraindicado dependendo da situação.

Qual a medida ideal então? Justamente porque não se tratam de remédios, não há uma prescrição exata de quantidades. O consumo deve ser diário e ao longo do dia, como orienta a nutricionista Martine Elisabeth Kienzle Hagen, professora do Curso de Nutrição Departamento de Medicina Interna da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Ao incluí-los na dieta, vale ficar atento ao rótulo dos alimentos industrializados, pois em alguns casos será preferível obter o benefício do produto fresco. A nutricionista da USP cita o caso do ketchup, que embora ofereça o licopeno, também traz em sua composição sódio, conservantes e aditivos alimentares.